sábado, 25 de outubro de 2008

Bologna (18/102008)

Hoje vou falar um pouco da viagem a cidade de Bolonha, ou como se escreve por aqui Bologna, do dia 18/10/2008:

Pegamos o trem por €3,8 e depois de meia hora mais ou menos chegamos à primeira cidade italiana que botei meus pés. Quando saímos do trem, Danilo ajudou a uma senhora a levar suas malas para fora do trem e foi aí então que ela pediu ajuda para nós, porque era a primeira vez que ela ia para fora de Veneza (estava indo para Milão) e não sabia em que binario (plataforma) deveria ficar. No fim fomos descobrir que o trem dela era às onze da manhã (era umas nove e pouco) e que ela gostaria que esperássemos o trem com ela. Dissemos que não podíamos esperar esse tempo, mas mesmo assim levamos as malas dela para o túnel de baixo dos trilhos para que ela ficasse esperando em um lugar mais coberto (mesmo porque o binario dela não era o mesmo que paramos).

No fim ela tentou nos dar dinheiro para um café como agradecimento. Não sabia se aceitava por educação ou se negava porque não esperava nada em troca. No fim, ela deixou o dinheiro na minha mão e eu escondi dentro da mala dela enquanto ela se distraiu... hehehehe... Saímos então da estação e Danilo comprou um mapa para nos guiarmos. Para nossa felicidade a Piazza Del Nettuno, uma das maiores atrações de lá, não era muito longe e o caminho era simplesmente seguir reto uma rua paralela a saída da estação.

(Ruínas próximas a estação de trem)

Andamos um pouco e vimos umas ruínas, as quais eu tirei uma foto mais a noite, durante nosso retorno a estação, e logo em seguida uma escadaria com umas esculturas na parede, que eu também tirei foto. Continuamos a andar e fizemos a parada para o cappuccino que eu institui como amuleto da sorte das nossas viagens pela Itália, uma vez que elas começaram muito bem quando começamos com ele.... huahauhauahuhaha

(Escadaria próxima a estação)

A rua que levava a praça foi de certo modo uma tortura para nossa companheira de viagem, uma vez que a rua possuía muitas e muitas lojas e os preços de lá eram muito abaixo dos preços de Moscou (aparentemente é uma cidade muito cara de se viver, mesmo porque ela acha tudo aqui muito barato). Para piorar, passamos ainda na frente de uma enorme feira de roupas e tudo mais, acho que ela deve ter quase tido um treco... hehehe... Devido a nossa pressa de ver o máximo de coisas na cidade ela se conteve e andamos em frente. Com mais alguns metros encontramos mais uma bela catedral (San Pietro), na qual se podia tirar fotos do lado de dentro, uma vez que não estava tendo missa. Na verdade estava tendo uma missa, mas dentro de uma espécie de porão que eles tinham ao qual chamavam de cripta ou algo parecido, mas para mim essa palavra tinha outro sentido. De qualquer forma até a cripta (que resolvi dar uma espiada) era um espetáculo a parte. Acho que estou virando um fã de arte sacra... Minha avó deve estar orgulhosa de mim... hauhauahuahuaha

(vista da parte entrada da catedral)

Terminada essa parada nos dirigimos a Piazza Del Nettuno, que pelo incrível que pareça tem uma estátua de Netuno. O mais curioso dessa estátua é que na parte de baixo é uma fonte e a água jorra pelos seios das mulheres que estão no pedestal que está netuno. Praticamente um fetiche mitológico para alguns... hauhauahuaha... Quanta bobagem!

(Fontana del Nettuno)

Coligada com a Piazza Del Nettuno há a Piazza Maggiore onde fica a Basílica de San Petronio. Para variar, enorme, muito bonita e antiga... heheheheheh... Nessa tivemos que nos separar para entrar porque não era permitido entrar com mochilas dentro dela. Como Danilo não é lá um grande fã de arte sacra, digamos assim, ele resolveu esperar do lado de fora para ir depois.

Assim que saí de lá ele me perguntou o que eu achei, apesar de ter gostado (porque cada igreja tem sua peculiaridade, entre outras coisas) não achei melhor forma de dizer para ele como era dizendo que era muito bonita, mas era uma igreja e que ela ia encontrar coisas de igreja lá. Quando voltou perguntamos o que ele achou e ele disse algo como: “Como o Ramón disse, é uma igreja”, só que ele pulou a parte do “muito bonita”...

Depois disso, entramos no Palazzo Comunale localizado na mesma praça. Lá dentro tinha um museu, ao qual não me recordo o nome com bastantes obras de arte. Se eu entendi direito aparentemente cardeais viveram naquele prédio a muitos e muitos anos. Lá podia tirar fotos sem flash, então aproveitei para tirar algumas.

(vista da Piazza Maggiore de dentro do museu)

Enquanto estávamos lá dentro, começamos a ouvir um pessoal tocando música na praça, uma banda mesmo. Assim que terminamos de ver o museu nos dirigimos à praça para ver o que passava. Como a sorte é uma das coisas que me acompanha, estávamos no local, dia e hora certos. Tratava-se de um manifesto de jovens cobrando dos governos dos países desenvolvidos atitudes para acabar com a pobreza no mundo. Fiz um videozinho mostrando. Durante as apresentações musicais, algumas pessoas portando urnas nas costas abordavam as pessoas pedindo para que assinassem o manifesto. Como diria mui sabiamente Madre Teresa dizia: “O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”. Não quero me comparar a ela, mas realmente concordo com essa idéia e pus meu nome também.

http://www.youtube.com/watch?v=B91mSbwBfM0 (para ver o videozinho)

Depois de ouvir um pouco de música fomos a uma espécie de biblioteca que tinha ao lado do Palazzo Comunale. Achei bem legal o lugar, no primeiro andar havia um lugar com umas cadeiras bem diferentes e práticas. Existia também uma espécie de lugar que se colocava a cara e era possível assistir uns filmes sem som passando. No primeiro piso também se localizava a sessão de livros infantis. No segundo piso, uma parte possuía jornais e revistas do mundo todo, inclusive um jornal do Brasil, que não me lembro qual era, mas não era a Folha nem o Estado... Comentário meio bairrista, mas tudo bem... hehehehe

No terceiro andar existia uma série de maquetes voltadas para integração de paisagem e a arquitetura meio conceitual. Algumas inclusive eram mostradas no videozinho do primeiro piso. Bastante interessante =)

(Duas torres)

Ao sairmos de lá, nos dirigimos a duas torres tortas. Uma delas (a mais alta) se chama Asinelli e a outra Garisenda. Era possível subir até o topo da mais alta por €3,00. Resolvemos então subir. Gravei um videozinho com trechos da subida inclusive. Logo na primeira parte eu digo que acho que estou na metade, mas na verdade eu tinha andado mais ou menos um quarto da escadaria. O grande problema é que não era possível ver o final, porque depois de cada 8 lances de escada, mais ou menos, havia um teto na frente.

(torre degli Asinelli)

Cada vez que eu terminava uma seqüência de lances de escada e reparava que havia outro eu começava a ter um ataque de riso... O final não chegava nunca! Acho que só na quarta ou quinta seqüência de lances de escada (se é que não foram mais) é que conseguimos chegar ao topo da torre de quase 100m de altura.

http://www.youtube.com/watch?v=Y0GFb3KxooE (vídeo da subida)

(vista de cima da torre)

A vista lá de cima é belíssima, e de lá pudemos descobrir porque Bolonha é conhecida como “Bologna Rossa”, já que todos os telhados das construções da cidade possuem telhas de cerâmica. Obviamente eu tirei algumas fotos de lá de cima e uma mostrando diretamente o chão para deixar claro como era alta a torre.

(do topo ao chão são quase 100m)

Depois disso fomos comer obviamente, porque ninguém é de ferro. E que lugar melhor que pedir comida a bolonhesa que Bolonha? Fomos a um restaurante que não parecia muito caro e todos nós pedimos “Tortellini alla Bolognese. Aproveitamos e pedimos vinho para acompanhar. Muito prazeroso o almoço.

(sim, comida "alla bolognese" existe de verdade)

Findo o almoço, conhecemos mais uma igreja (San Giovanni in Monte), mas dessa vez passamos mais rapidamente, porque Danilo já estava saturado de igrejas... hehehehhe... Continuamos o passeio e seguimos na região da universidade de Bologna entramos no em um prédio e não achamos nada de especial, mas gravei um videozinho lá porque é a universidade mais antiga que existe (pelo menos a mais antiga da Europa). Em seguida, pulamos a pinacoteca para a próxima viagem.

(Sala de mapas do Museu da Universidade de Bologna)

Voltando de lá encontramos o museu da universidade e resolvemos entrar para conhecer. Fiquei impressionado no começo com os modelos de corpo humano que eles possuíam e de bebês dentro do útero. Sem dúvida muito bem feitos. Lá encontramos também réplicas de navios antigos com grande riqueza de detalhes e antes um pouco réplicas de mapas feitos na idade moderna. Fiquei me perguntando como alguém podia fazer um mapa de tanta precisão sem nenhum instrumento que usamos como aviões e satélites. Trabalho admirável! Acho que precisamos aprender mais com eles...

(Réplica de Navio do museu da Universidade de Bolonha)

Saindo do museu começou a anoitecer e fomos andando calmamente pelo caminho de volta a “Piazza Maggiore”. Não comentei, mas esse trecho (que também passamos na ida para a universidade) é repleto de lojas especializadas em queijos e outras em vinhos... Tentador!

Com o anoitecer, começamos a presenciar um fenômeno bem curioso na cidade. Nas calçadas em frente a algumas lojas (as calçadas são bastante largas) pequenas bandas se montam e começam como demonstração vendendo seus CDs e coisas assim. Em frente a outras, os donos colocam pequenas mesas e começam a servir vinho, queijo, bolo, prosseco. Um espetáculo! Senti-me obrigado a comer bolo e tomar prosseco... Fiquei chateado! Hehehehe

Juntamente com esse movimento das lojas as ruas começam a se encher de pessoas e as calçadas ficam bastante cheias, muito mais do que de dia inclusive, o que me levou a concluir que a vida da cidade a noite deve ser bastante agitada, pelo menos aos fins de semana... Ao seguir o caminho de volta passamos de novo pela feira e daí Ekaterina conseguiu ver algumas coisas, mas ela já estava fechando, só viu mesmo. As compras dela ficaram para a próxima viagem também. É curiosa a quantidade de chineses que tem trabalhando nessa região, tanto em Bologna, como em Ferrara e até mesmo em Veneza pudemos encontrar. O comércio deles ainda é pequeno nas cidades, e é daquelas coisas de preço baixo e de baixa qualidade. Não me surpreenderá se daqui a alguns anos apareça uma “Galeria Pajé” da vida aqui ou um “Lao Kin Xon”. O tempo vai dizer se eu estou certo ou não.

Finalmente chegamos próximo a estação, tirei a foto das ruínas que falei no começo, bem como a das escadarias. Então fomos para estação, compramos nossa passagem e fomos embora. Fim da nossa “seconda gita”.


Nenhum comentário: